Pato e Berlusconi

Os tempos mudaram, facilitando a vida daqueles que querem sair da relação, desde que seu sogro não seja o ex primeiro ministro italiano, dono do Milan ou, simplesmente, o capo Silvio Berlusconi. Foi aí que o jogador Alexandre Pato se meteu, com Barbara Berlusconi, logo após a tormentosa separação da atriz Sthefany Brito, em abril de 2010, de um casamento que durou apenas nove meses.
Só que, naquela época, a lei não permitia a separação amigável de casamentos com menos de um ano de duração, exigindo a identificação de um culpado pelo fim do amor. Com isso, os casais saíam em busca de motivos, acusações inverídicas, deturpavam documentos, contratavam detetives, tudo para provar a famigerada culpa, mesmo que não houvesse.
Poucos meses depois, entrou em vigor a Emenda Constitucional 66, de 13 de julho de 2010, liberando os casais para decidirem sobre o fim de sua relação independente da prova da culpa e do tempo de casados. Hoje, basta que um diga que o amor acabou e o Juiz deve decidir pelo divórcio, limitando a briga à partilha de bens e às questões alimentícias, quando um quer receber mais e o outro quer dar menos. Mas tudo isso pode ser discutido sem a obrigação de estarem casados.
Se o jovem casal tivesse esperado mais um pouco, poderia ter divorciado diretamente, sem dar tanto lucro às revistas de fofoca que insistiam em publicar a troca de acusações, possivelmente em busca da tal prova da culpa.
Bom, hoje no Brasil, a culpa não traz qualquer consequência para o divórcio. Já na Itália, Pato tem que andar na linha, pois, independente da lei, se for culpado pela separação da filha do chefe, as consequências podem acabar num amargo ragù.