VOLTAR por Dra. Lúcia Tina

Dos filhos deste solo, sem mãe gentil…

por Lucia Tina

Faltam vozes de crianças nos manifestos de rua! Será que seus direitos estão plenamente efetivados ou será que lhes falta o direito de expressão?

Meu grito é por elas! Pelas oitenta mil crianças abrigadas, abandonadas pelas famílias, pela sociedade e pelo Estado.

É hora de espernear, de fazer manha, de chorar, implorar, se jogar no chão, bater as pernas, fazer pirraça, perturbar… e não me venham com chupetas para calar esse clamor, com lei de adoção para dizer ao povo que o cadastro nacional de adotantes e adotados resolveu o problema, se a maioria de nossos pequenos cidadãos sequer tem direito ao cadastro por falta de estrutura e baixo número de promotores para destituir o poder familiar dos pais ausentes.

Sim, porque só podem exercer o direito de conviver numa família (substituta que seja) se seus pais forem excluídos das certidões de nascimento e só quem pode fazer isso é o Ministério Público e o juiz. Das oitenta mil crianças abrigadas no Brasil, apenas oito mil estão cadastradas para a adoção, sendo que existem trinta mil pessoas registradas para exercer a paternidade adotiva, um verdadeiro desperdício de amor…

Esse é o grito mais alto, o da criança abandonada nos abrigos, sem a oportunidade de exercer o simples direito de viver num lar, numa família, o direito de amar e ser amado. O grito da criança que não nasceu em berço esplêndido, que em seu futuro não espelha qualquer grandeza e que apesar de ser filho deste solo, não há mãe gentil, nem pai, nem sociedade, nem governo e nem Brasil!

Essa é a minha pauta!



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